ESTUDO PARA O MINISTÉRIO: OS PRESBÍTEROS
Verbete: ministro
[Do lat. ministru, 'criado, servo, servidor'.] S. m.
I. Ani, Título genérico para qualquer empregado ou funcionário público de nível mais elevado:
2. Aquele que executa os desígnios de outrem: medianeiro, intermediário, executor, Auxiliar:
3. Membro de um ministério, ministro de Estado.
4. Categoria diplomática abaixo da de embaixador.
S. Aquele que, em nome da Igreja, exerce certas funções sagradas, como pregar, administrar os sacramentos. 6. Pastor protestante.
7. Bras. Designação comum aos juízes do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal Militar, do Tribunal de Contas da União, do Tribunal Federal de Recursos e do Tribunal Superior do Trabalho.
S. Título de ministro de segunda classe. [V. carreira diplomática.] [Deprec.: ministrículo]
Verbete. Obreiro
[Do lat. operariu.1 Adj. e S. M. 1. Obrador. 2. V. operário.
Verbete: obrar
[Do lat. operarei V. t. d.
1 . Converter em obra; fazer, executar, praticar, realizar: 2. Construir, fabricar. 3. Produzir, fazer:
4. Maquinar, urdir; causar: V. int.
5. Fazer um trabalho; realizar uma ação; agir, trabalhar. 6. Proceder, agir, atuar.
7. Surtir efeito (um medicamento).
• 11 Ocorrências da Palavra obreiro: 1 Cr 4:21, 9.30; Sl 14.4; Sl 36.12; 53.4; Lc 10.2,7; 2 Co 11.13; Fp 3.2; 1 Tm 5.18; 2 Tm 2.15
• 39 ocorrências da palavra ministro: 1 Cr 16:4; 2 Cr 29:11; 34:20; Ed 7:24; 8:17; Sl 103:21; 104:4; Is 61:6; Jr 33:21; Ez 44:11; 45:4,5; 46:24; Jl 1:13; 2:17; Lc 1:2; 4:20; At 26:16; Rm 13:4,6; 15:8,16; 1 Co 3:5; 4:1; 2 Co 3:6; 6:4; 11:15,23; Gl 2:17; Ef 3:7; 6:21; Cl 1:7,23,25; 4:7; 1 Ts 3:2; 1 Tm 4:6; Hb 1:7; 8:2
DIFERENÇA ENTRE CARGOS MINISTERIAIS E DONS MINISTERIAIS
Biblicamente falando, existem cinco dons ministeriais relacionados em Ef 4.1 1: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores. Já os cargos ministeriais são dois: bispo/presbítero e diácono. Conforme a própria afirmação bíblica, os dons ministeriais são dados diretamente por Jesus Cristo para "o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo" (Ef 4.12) - um caráter mais instrutivo, portanto; já os cargos ministeriais possuem função estritamente administrativa (At 14.23; Tt 1. 5).
PRESBÍTERO
Líder da igreja. Os presbíteros se dedicavam à direção das igrejas, ao ensino da doutrina cristã e à pregação do evangelho. A palavra grega presbyteros quer dizer "ANCIÃO", mas era usada para os líderes cristãos sem referência à sua idade. Nos tempos do NT os presbíteros também eram chamados de BISPOS (At 20.17,28; I Tm 3.1-7; Tt 1.5-9).
Verbete: presbítero (Dicionário Aurélio)
[Do gr. presbyteros, 'mais velho', pelo lat. presbyteru. S. m.
1. Sacerdote, padre:
2. Superintendente da Igreja protestante; bispo, ancião
1 Timóteo 5:17,19; Tito 1:5; Tiago 5:14; 1 Pedro 5:1; 3 João v.1
No Antigo Testamento, os anciãos de Israel, do povo, ou da congregação, são freqüentemente mencionados. As sinagogas dos judeus eram normalmente governadas por um concílio de anciãos, sob a presidência de um "diretor da sinagoga", cujo oficio talvez fosse transmitido em rodízio, e o povo judeu inteiro estava sujeito ao Sinédrio, composto de setenta e um membros, no que tange às questões religiosas. Durante o período do Novo Testamento, o sumo-sacerdote era o presidente do sinédrio por dever do cargo. Uma organização semelhante foi naturalmente seguida pela Igreja Cristã, e o zaqen (ancião) do Antigo Testamento se tornou o presbyteros (na vulgata senior) do Novo Testamento.
Porém, embora o nome continuasse o mesmo, o conteúdo do oficio foi alterado. A visitação pastoral aos enfermos (Tg 5.14) é uma nova característica notabilíssima dos deveres do ancião cristão. Além disso, embora os anciãos judeus não fossem necessariamente pregadores, alguns de seus equivalentes cristãos labutavam na pregação da Palavra e no ensino da doutrina (1 Tm 5.17). A supervisão geral da congregação permaneceu como sua tarefa primária, e o verbo episkopein é empregado para descrever essa função, em 1 Pe 5.2. os anciãos da Igreja de Jerusalém recebiam dons em favor da comunidade (At 11.30) e participavam de concílios juntamente com os apóstolos (At 15.4,6,23; 16.4). Paulo e Bamabé ordenaram anciãos em todas as igrejas da Ásia (At 14.23); Paulo exortou a Tito para que fizesse outro tanto em Creta (Tt 1.5)- e os anciãos de Éfeso (At 20.17,28) também são chamados como episkopoi ou supervisares, pelo que se torna evidente que os nomes "presbítero" e "bispo" são intercambiáveis dentro do Novo Testamento.
Na Igreja Primitiva o termo presbítero também era intercambiável com o termo pastor, de tal maneira que a referência era ao mesmo cargo. Ele que é chamado presbítero ou ancião por causa da sua idade ou gravidade, também é chamado bispo ou inspetor com referência ao dever que está sobre ele (Tt 1: 5-7; At 20:17-28; Fp 1: 1) Mas, com o passar do tempo, esses três termos começaram a receber significados especiais, e passaram a ser distinguidos uns dos outros. No começo, por isso, não havia diferença entre um presbítero e um bispo (eram títulos diferentes para um mesmo oficio). Mas depois um presbítero podia desempenhar o papel de um bispo, se lhe fosse dada autoridade (temporária) para tanto.
BISPO
Dirigente da igreja cristã. Os bispos se dedicavam ao ensino da doutrina e à pregação do evangelho. Nos tempos apostólicos, o bispo cuidava de uma igreja local e era também chamado de PRESBÍTERO (At 20.17-28; 1 Tm 3.1-7; Tt 1.5-9; 1 Pe 5.1,2). Só mais tarde os bispos se tomaram responsáveis por um grupo de igrejas de determinada região. É tradução do termo grego evpi,skopoj (episkopos) em At 20.28; Fp 1.1; 1 Tm 3.2; Tt 1.7; 1 Pe 2.25. Ainda há o termo evpiskoph, (episkopé), “bispado” em At 1.20
QUALIFICAÇÕES DO PRESBÍTERO
considerações preliminares,
O Presbiterato é desejável (1 Tm 3.1). A Bíblia incentiva aos crentes desejarem exercer este ministério. São usadas duas palavras gregas aqui para desejar: ovre,gw (orégo - significando desejar no sentido de lutar por algo) e evpiqume,w ( epityméo - significando desejar no sentido positivo de desejar ardentemente algo, aspirar, buscar pelo qual se está apaixonado)
O Presbiterato é uma excelente obra (1 Tm 3.1). É mais do que uma simples obra; é uma obra excelente. Outras traduções dizem "tarefa nobre", "boa obra".
Temos agora as qualificações de um presbítero
Irrepreensível (1 Tm 3.2). Deve possuir um bom testemunho, servindo de exemplo ao rebanho. Conforme a Bíblia Na Linguagem de Hoje, "deve ser um homem que ninguém possa culpar de nada.
Marido de uma mulher (1 Tm 3.2). De acordo com o grego, uma refere-se a número. Ou seja: a advertência é que ele não imite o costume da época de se ter mais de uma esposa. Parece também indicar, pela exposição de Paulo em 1 Co 7, de que seria aconselhável ao presbítero não adquirir um segundo casamento caso ficasse viúvo.
Vigilante (1 Tm 3.2). Ou temperante, moderado - não pode ter vícios.
Sóbrio (1 Tm 3.2). Ou prudente nas suas atitudes. Também fala de uso de bom senso.
Honesto (1 Tm 3.2). Deve agir com honestidade tanto com os domésticos da fé quanto com os de fora. A palavra grega também significa modesto, simples, no sentido de ser alguém que se dá com todos indistintamente.
Hospitaleiro (1 Tm 3.2). Deve receber a todos com alegria em sua casa (Hb 13.2).
Apto para ensinar (1 Tm 3.2). não são apenas os mestres e pastores que possuem incumbência de ensinar - o presbítero deve estar bem familiarizado com a Bíblia. As três palavras formam uma só no grego - didática - mostrando a dedicação que se deve ter para tal serviço.
Não dado ao vinho (1 Tm 3.3). Deve abster-se de bebidas alcoólicas.
Não espancador (1 Tm 3.3). Conforme outras traduções, não pode ser briguento nem violento. Deve ser um modelo de pai e de esposo, não agredindo nunca fisicamente sua esposa e filhos.
Não cobiçoso de torpe ganância (1 Tm 3.3). Não deve ser cobiçoso nem possuir torpe ganância - não deve ter uma ambição desmedida. Deve possuir um trabalho honesto, pelo qual obtenha uma justa remuneração. Devem abominar o lucro ilícito.
Moderado (1 Tm 3.3). Ou cordato, que é uma tradução melhor, no sentido de que deve ser uma pessoa gentil, amável, tolerante (com as pessoas, não com o pecado), longânimo, a exemplo do próprio Jesus (2 Co 10.2 - a mesma palavra grega é aqui usada).
Não contencioso (1 Tm 3.3). Conforme outras traduções, deve ser inimigo de contendas e deve ser pacífico.
Não avarento (1 Tm 3.3). Conforme o grego e algumas traduções, não deve amar o dinheiro (Mt 6.24; Lc 16.13 - Mamom também é traduzido como "riquezas").
Deve cuidar da Igreja como se estivesse cuidando da sua própria família (1 Tm 3.4,5). Aqui fica bem claro que se não possui capacidade de cuidar da própria família, igualmente não tem capacidade de administrar a Igreja de Deus (v. 5). O sentido de governar não é o de fazer o que bem entende - e sim ter o senso de responsabilidade, direção, superintender, dar a devida atenção, ser protetor e guardião. Quanto aos filhos, de acordo com a Bíblia na Linguagem de Hoje, "saber educar os seus filhos de maneira que eles lhe obedeçam com todo o respeito".
Não neófito (1 Tm 3.6), ou seja, alguém que não seja convertido a pouco tempo. A razão apresentada é "para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo". Existe o perigo para o novo convertido em ver de maneira errada o objetivo de seu ministério. A seriedade do perigo é tratada comparando-se ao pecado de Lúcifer: "não deve ser alguém convertido há pouco tempo; se for, ele ficará cheio de orgulho e será condenado como o Diabo foi" (Bíblia na Linguagem de Hoje).
Que tenha bom testemunho dos que estão de fora (1 Tm 3.7). O testemunho dos que não são crentes também conta - e não apenas da Igreja. E isto "para que não caia em afronta e no laço do diabo" ou conforme outra tradução, "para que não fique desmoralizado e não caia na armadilha do Diabo".
Que tenha filhos fiéis (Tt 1.6). Ou crentes, conforme outras traduções- deve esforçar- se para que todos os seus filhos sejam crentes, mas nunca obrigá-los (Zc 4.6). Uma cuidadosa educação e fervorosas orações são recomendáveis para esse fim.
Que não possam ser acusados de dissolução (Tt 1.6). Não podem viver dissolutamente. O que é dissolução? É cometer atos sem preocupar-se com as conseqüências - o que lhe importa é o aqui e o agora. Veja o triste exemplo do filho pródigo (Lc 15.13). Conforme a Bíblia na Linguagem de Hoje, não podem ter fama de maus.
Não desobedientes (Tt 1.6). Não podem ser insubmissos ou insubordinados.
Deve ser irrepreensível como despenseiro da casa de Deus (Tt 1.7). Deve ter responsabilidade com o trabalho de Deus. A palavra despenseiro aqui no grego (oivkono,moj - oikonomos) também é traduzida em outras passagens como mordomo (Lc 12.42; 1 Co 4.1,2; 1 Pe 4.10). Somos mordomos das coisas de Deus.
Não soberbo (Tt 1.7) - ou seja, não pode ser orgulhoso - ver também Jó 26.12; SI 19.13; 138.6; Pr 8.6; Ez 21.26; Tg 4.6; 1 Pe 5.5.
Não iracundo (Tt 1.7). Isso quer dizer que não pode ter ira no coração. A Atualizada traz "não irascível", que quer dizer "não irritável", "não encolerizável". O presbítero não pode ser inclinado à ira, de temperamento explosivo, nem ”ter mau gênio".
Amigo do bem, justo, santo e temperante (Tt 1.8). Deve zelar por tudo o que é bom e o que representa o bem; deve ser justo em todas as suas atitudes e decisões; deve viver uma vida de santidade; e deve saber controlar-se a si mesmo.
Reter firme a fiel palavra (Tt 1.9). A Atualizada explica melhor: "apegado à palavra fiel". Precisam preocupar-se em pregar somente aquilo que está de acordo com a Palavra, evitando ensinar o que não convém (Tt 1.11), não inventando "fábulas" e nem se comprometendo com mandamentos humanos que estão em aberto conflito com a Bíblia (Tt 1.14). Assim, estará apto tanto para admoestar com a sã doutrina (a Igreja) como para convencer os contradizentes (tantos os de dentro como os de fora).
Não pode ser escolhido precipitadamente (1 Tm 5.22). Deve-se seguir estritamente a orientação do Senhor, para que não haja posteriores prejuízos ao bom andamento da obra.
"Não desprezes o dom que há em ti" (1 Tm 4.14). Isto mostra que embora o presbiterato não esteja incluído diretamente entre os dons ministeriais, é um dom no sentido de ser um presente do Pai o simples privilégio de estarmos exercendo esta obra excelente (1 Tm 3. 1).
Aqui vale uma última observação concernente à imposição de mãos. Existem 25 menções a este ato em o Novo Testamento (Mt 9.18- 19.13, 1 5 Me 5.23;. 6.5; 7.32; 8.23,25; 16.18 Lc 4.40; 13.13 At 6.6- 8.17 - 19; 9.12,17- 13.3- 19.6; 28.3,8 1 Tm 4.14; 5.22 2 Tm 1.6 Hb 6.2). Principalmente nos evangelhos estava relacionado a curas. Em Atos está mais relacionado a oração pelo batismo com o Espírito Santo. Em Hebreus 6.2 está relacionado como um dos preceitos importantes do Cristianismo. Mas somente nas epístolas encontramos uma referência clara ao ato de ordenação. Era algo feito pelos presbitério (1 Tm 4.14; 2 Tm 1.6), como símbolo da investidura para o cargo (1 Tm 5.22). Presbíteros (e conseqüentemente pastores) eram consagrados por imposição de mãos (1 Tm 4.14; 2 Tm 1.6), e também missionários para o campo (At 13.3) e até mesmo diáconos (At 6.6).
ESTUDO PARA OS DIÁCONOS
DIÁCONO é uma forma aportuguesada da palavra grega dia,konoj (diaconos), significando um "corredor" (parece derivar de um antiga raiz que significa correr), daí “mensageiro", "servo". Na Antiga Grécia, era um termo que denotava um escravo especial, geralmente não nascido nesta condição, mas aprisionado em guerra. Eram escravos de confiança, treinados para trabalhos mais refinados, como servir à mesa de seu senhor, executando fielmente o seu querer - principalmente fora de sua presença. Por isso, passou a referir-se ao especialista em atender às mesas - o moderno "garçom". Embora em português apareça apenas quatro vezes, esta palavra grega está presente 29 vezes em 27 versículos do Novo Testamento, sendo 15 vezes traduzida por "ministro", 4 vezes por “servo", 2 vezes por "empregado", 1 vez pelo verbo servir, e 2 vezes por "serviçal" (veja lista completa no final da apostila). Assim, embora Paulo seja um apóstolo, ele valoriza o serviço diaconal designando-se a si mesmo "diácono" (2 Coríntios 6.24 e Efésios 3.7, que em português foi traduzido "ministro"). O próprio Jesus Cristo, chamado de Bispo (ou seja, presbítero) de nossa alma (1 Pe 2.25), mostrando assim a importância do presbítero, também valoriza o diaconato quando é chamado no grego "diácono da circuncisão" (Romanos 15.8 - em português traduzido como "ministro da circuncisão"). Os apóstolos também declaram que o diaconato é um "importante negócio" (At 6.3). É possível que os “socorros", que figuram em 1 Coríntios 12.28, incluam os diáconos.
Por um longo período tinha existido um sentimento de ciúme mútuo entre os "Hebreus," ou judeus propriamente ditos, que falavam a língua sagrada da Palestina, e os "Helenistas," ou judeus de fala grega, que haviam adotado a língua grega, e liam a versão Grega (Septuaginta) da Bíblia ao invés da Hebraica. Esse ciúme apareceu cedo na comunidade cristã. Era alegado pelos Helenistas que suas viúvas eram esquecidas na distribuição diária de donativos. Os apóstolos conseqüentemente recomendaram os discípulos a procurarem por sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo, e homens de comprovada sabedoria, que encarregariam-se totalmente dessa distribuição, liberando-os para se dedicarem inteiramente às funções espirituais do seu oficio (At 6:1-6). Isto foi então feito. Sete homens foram escolhidos, que aparentavam pelos seus nomes ser Helenistas. O nome "diácono" não é aplicado a eles em nenhum lugar do Novo Testamento; eles são simplesmente chamados "os sete" (At 21:8). O oficio deles era primeiramente secular, porém tornou-se posteriormente também espiritual; entre outras qualificações eles também precisavam estar "aptos a ensinar" (1 Tm 3:8-12). Tanto Filipe como Estevão, que eram dos "sete", ensinavam; eles faziam o “trabalho de evangelistas" (At 6. 1; At 21. 8; 1 Tm 3. 8).
Temos a seguinte lista de qualificações para os diáconos:
Boa Reputação (At 6.3). Conforme o grego, isso quer dizer que deveriam ter um bom testemunho cristão.
Cheios do Espírito Santo (At 6.3). Deveriam ter sido participantes da experiência pentecostal, assim como fora com os apóstolos. Em outras palavras, batizados com o Espírito Santo. Embora este requisito não esteja alistado para os presbíteros, devemos considerar três coisas: 1) é bênção necessária para todos os crentes, independente de exercer ou não o ministério; 2) o apóstolo Pedro declara também ser presbítero, e era batizado com o Espírito Santo (1 Pe 5.1 comparado com At 2); 3) se pensarmos que possivelmente os presbíteros consagrados já haviam sido diáconos, eles já eram batizados com o Espírito Santo.
Cheios de Sabedoria (At 6.3). Conforme colocado pelo versículo, seria ação direta da atuação do Espírito Santo. Esta sabedoria, além de espiritual, precisava ser terrena, para que eles pudessem lidar com as questões práticas do dia a dia. Isto inclui sabedoria para administrar, lidar com murmurações, finanças - apresentando habilidade portanto para soluções práticas.
"Semelhantemente..." (1 Tm 3.8). Isto mostra que, embora muitos considerem o ofício diaconal sem muita importância, o mesmo que é exigido de presbíteros e pastores é exigido dos diáconos. O fato de exercerem o diaconato não quer dizer que serão menos espirituais.
Honestos (1 Tm 3.8). Ou respeitáveis: não conseguirão respeito se não forem honestos.
Não de língua dobre (1 Tm 3.8). Ou de uma só palavra. Veja Mateus 5.37, 2 Coríntios 1.17 e Tiago 5.12. Na administração, é necessário possuir o mesmo falar com todos.
Não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância (1 Tm 3.8). O mesmo já dito acerca dos presbíteros. Talvez seja repetido para enfatizar algo de suma importância. "Não cobiçosos", junto com "não avarentos" (1 Tm 3.3), mostra que seria necessário serem dízimistas para darem o exemplo.
Guardar o mistério da fé (1 Tm 3.9). O diácono deve ser alguém de profundas convicções cristãs; além disso, deve zelar pela boa doutrina. Conforme a Bíblia Na Linguagem de Hoje "Eles devem se apegar à verdade revelada da fé". A exemplo de Estêvão e Filipe, deve estar de tal maneira familiarizado com a Bíblia que também esteja apto a ensinar.
Pura consciência (1 Tm 3.9). Ou uma consciência limpa. Aqui o texto é bem claro: não pode ter uma consciência "pesada", atormentada por culpas de alguma espécie. E, completando a primeira parte do versículo, deve ter a fé cristã de maneira pura, não usando o evangelho para fins próprios.
Devem passar por um período de experiência (1 Tm 3.10). Antes da consagração, devem passar um período em observação. A palavra grega para "provados" aqui fala de provar como a metais. A criação dentro da Assembléia de Deus do cargo de Auxiliar de Trabalho atende bem este propósito. Note que requer-se serem irrepreensíveis, para depois então servirem.
Em 1 Timóteo 3.12 enfatiza-se duas qualidades já ditas anteriormente para os presbíteros: serem maridos de uma mulher e chefes de família exemplares. Conforme 1 Tm 3.2, "uma" refere-se a número, e não à necessidade de ser casado. Isto abre precedente para que o diácono possa ser consagrado solteiro. E, assim como o presbítero, que "governem bem seus filhos e suas próprias casas". São prometidas bênçãos para os que exercerem com probidade o diaconato - incluindo a possibilidade de exercer o presbiterato. Portanto devem ser dedicados (Rm 12.7; 1 Pe 4.1 1).
DIACONISAS (Rm 16.1,3,12; Fp 4.2,3; 1 Tm 3.11; 5.9,10; Tt 2.3,4)
Nessas passagens é evidente que mulheres estavam então engajadas em vários serviços cristãos. Porém em Rm 16.1 o texto grego diz literalmente que Febe era diakonos da Igreja em Cencréia, título este que nossa versão portuguesa traduz "que está servindo", mas com maior probabilidade deve ser traduzido diaconisa, como fazem algumas traduções (em português: A Bíblia na Linguagem de Hoje, a margem da Versão Revisada, e a Bíblia de Jerusalém; e as traduções estrangeiras - a inglesa Revised Standard Version, a italiana La Nuova Didati (1991), a versão revisada francesa de Louis de Segond e a espanhola Reina-Valera revisão de 1960).
Plinio faz menção a elas em sua carta a Trajano (110 A.D.): sendo governador da Bitínia, relata como interrogara, sob torturas, a duas servas que eram chamadas diaconisas, a respeito de ritos cristãos. O certo é que pelos fins do século III d.C. já havia uma ordem bem definida das diaconisas, um oficio formal. Epifânio, que viveu entre os anos 315 e 403 d.C., bispo de Constância (Salamina), capital da ilha de Chipre, dá o seguinte testemunho: "Embora exista uma ordem de diaconisas na Igreja, elas não atuam em serviços sacerdotais, nem fazem qualquer coisa dessa categoria. Antes, devido à modéstia do sexo feminino, elas ajudam por ocasião do batismo, ou na inspeção de casos de enfermidade, ou de sofrimentos, e quando o corpo de alguma mulher tem que ser exposto, para que não seja visto pelos homens oficiantes. Este só é visto pelas diaconisas, que é dirigida pelo sacerdote para examinar a mulher, quando seu corpo é despido" (Adv. Haer. 3.2,79). No Oriente, a partir do século VIII d.C., o ofício das diaconisas começou a desaparecer. No Ocidente, não há qualquer menção a diaconisas depois do século XI - o ofício das diaconisas foi paulatinamente substituído pelo oficio das freiras enclausuradas. No meio evangélico houve um reavivamento desse oficio no século XIX, tornando-se popular entre luteranos, anglicanos, metodistas e presbiterianos.
Embora 1 Timóteo 3.11 tenha sido interpretado como instruções à esposa do obreiro, na verdade aqui também temos as qualificações requeridas para as diaconisas. Devem ser honestas (ou respeitáveis, conforme outra tradução), a mesma requerida pelos diáconos (1 Tm 3.8); não maldizentes, ou melhor, não caluniadoras, nem acusadoras, nem faladeiras (aqui é usada no grego a palavra diabo,louj (diabolous), derivada de dia,boloj (diábolos) - diabo, palavra grega que quer dizer "acusador"; a exortação é para não ser igual ao diabo, acusador!); sóbrias (ou temperantes), a mesma requerida para os presbíteros (1 Tm 3.2); e fiéis em tudo - tanto ao marido, à sã doutrina, às autoridades eclesiásticas, etc....
dia,konoj (diakonos – 29 vezes em 27 versículos)
Mt 20.26; 22.13; 23.11; Mc 9.35; 10.43; Jo 2.5,9; 12.26; Rm 13.4; 15.8; 16.1; 1 Co 3.5; 2 Co 3.6; 6.4; 11.15,23; Gl 2.17; Ef 3.7; 6.21; Fp 1.1; Cl 1.7,23,25; 4.7; 1 Tm 3.8,12; 4.6
Na Almeida Revista e Corrigida, este termo grego aparece:
4 ocorrências na Almeida Corrigida da palavra diácono, 3 sendo tradução literal da palavra grega diakonos (Fp 1.1; 1 Tm 3.8,12) e um versículo (1 Tm 3.13) sendo tradução do verbo diakone,w (diakoneo), “servir”.
15 vezes traduzido por ministro (Rm 13.4; 15.8; 1 Co 3.5; 2 Co 3.6; 6.4; 11.15,23; Gl 2.17; Ef 3.7; 6.21; Fp 1.1; Cl 1.7,23,25; 4.7; 1 Tm 4.6)
4 vezes traduzido como servo (Mt 22.13; 23.11; Mc 9.35; Jo 12.26)
Uma vez traduzido pelo verbo servir (Rm 16.1)
2 vezes traduzido por empregados (Jo 2.5,9)
2 vezes traduzido por serviçal (Mt 20.26; Mc 10.43)
Se tem uma coisa que tem me incomodado bastante é a "consagração de obreiros". Tenho observado a maneira como ela acontece e a luta de cada pastor para apresentar o maior número possível de novos obreiros para serem consagrados.
Em consequência disto tenho observado o quanto os crentes aspiram uma consagração ou uma ascenção ministerial, como se isso já fosse a nossa coroação na glória.
Mas, o que me incomoda é exatamente a questão QUANTIDADE X QUALIDADE.
É justo o que estamos assistindo no Reino de Deus? É justo que tenhamos em cima de nossos púlpitos tantas pessoas totalmente despreparadas para a função para a qual foi consagrada? É justo que alguém ascenda ministerialmente somente por ser "chegado" do pastor?
Se você acha que estou exagerando, analise comigo. Façamos uma entrevista com cem presbíteros e perguntemos a cada um se ele encontra-se preparado para ministrar uma cerimônia fúnebre, ou uma cerimônia de casamento, ou um noivado, ou uma Santa Ceia, ou dar um estudo bíblico no culto de doutrina na nossa igreja sede numa eventual ausência do Pastor Presidente.
Perguntemos ainda aos pastores que estão apresentando fulanos e beltranos para serem consagrados a presbítero ou a evangelista se eles confiam em dar o púlpito no culto de domingo para qualquer um desses obreiros que foram recém-consagrados; se eles escalariam um desses novos presbíteros para darem um culto de doutrina ou se eles pediriam a qualquer um desses presbíteros para darem o estudo bíblico na próxima reunião mensal de obreiros...
Meus irmãos em Cristo Jesus, eu acho isto muito sério. Eu mesmo já fui interrogado por um diácono sobre o que é ser um presbítero e quais as funções e prerrogativas de um presbítero e eu quis saber o porquê da pergunta, ao que ele me respondeu que estaria sendo consagrado a presbítero daqui a uma semana e nem sequer havia pregado uma pregação oficial em toda a sua vida cristã. Ele me disse que nunca havia sido professor de uma classe na Escola Dominical e que nunca tinha dirigido um culto de domingo em sua igreja... Pasmem! Ele foi consagrado a presbítero mesmo tendo ouvido meu conselho que não aceitasse essa consagração feita à machado!!!
Afinal de contas, o que é ser um presbítero?
contatos para convites:
Pr, Fortunato
(83) 88341-7502
E-mail prfortunatofarias@hotmail.com
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